“Dupla delícia! O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo
tempo acompanhado”.
Tive a imensa sorte de ter passado por professores que sempre me
incentivaram à leitura, talvez por isso tenha enveredado pela área de Linguagens
na minha formação acadêmica. Lembro que ganhei um livro e um diário de uma
professora quando fazia a terceira ou quarta série, isso me marcou bastante.
Além disso, cresci em uma casa cheia de livros, sob o incentivo de minha mãe,
também professora. Anos mais tarde, na Fundação Casa Grande, tive a
oportunidade de gerenciar a biblioteca, onde, aos 16 anos, iniciei o projeto
Roda de Leitura, que consistia em uma reunião com os meus amigos da Fundação. Cada
um escolhia um livro e, após duas semanas, nos encontrávamos para socializarmos
o que lemos. Esses momentos eram muito ricos, a gente fazia a “propaganda” do
livro lido, positiva ou negativa, dependia do nosso ponto de vista.
O top dez dos livros que marcaram a minha vida é, com certeza, um roteiro
que descreve as fases mais importantes que vivi.
1.
“Dom Casmurro”, de Machado
de Assis, é um livro que deixa qualquer um com “uma pulga atrás da orelha”:
Capitu traiu ou não traiu? Isso a gente só descobre lendo e tirando a nossa
própria conclusão. Li o livro quando cursava o Ensino Médio e, logo de cara, me
apaixonei pela história de Bentinho e Capitolina, e pelo possível triângulo
amoroso envolvendo Escobar, melhor amigo de Bentinho.
2.
“Morte e Vida Severina”, do
pernambucano João Cabral de Melo Neto, me marcou por ter sido o poema
escolhido no meu vestibular, em 1999, ano em que o poeta morreu. O livro foi
presente de uma amiga escritora, Socorro Acioli, por eu ter passado no
vestibular para o curso de Letras.
3.
Uma grande amiga leu e me emprestou “Depois daquela viagem”, livro autobiográfico da autora brasileira Valéria
Piassa Polizzi. É uma leitura deliciosa, daquelas que você começa e não
consegue parar. No livro, Valéria relata como contraiu o vírus da Aids, aos
dezesseis anos, com o primeiro namorado.
4.
“O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exuperry, é um
clássico que deveria ser lido por todos. É uma leitura indispensável àqueles
que amam a filosofia da vida. Me marcou por tudo de bom que representa e por
ter sido o primeiro livro que li pro meu primeiro filho, Victor, quando ele
ainda estava na barriga.
5.
“O Peixinho de Pedra” é um
livro infantil da escritora cearense Socorro Acioli, grande amiga, que
neste livro me presenteou com uma personagem, a Profª Samara. É especial,
simbólico na minha vida.
6.
“Muito longe de casa: memórias de
um menino soldado”, de Ishmael Beah, é um livro autobiográfico da
literatura africana, que conta a história de um menino que virou soldado na
guerra civil, por força das circunstâncias. É um desses livros que você começa
folheando e quando vê já está quase no final. Rico na descrição dos detalhes
tem momentos que você é levado aos ambientes descritos por ele. Essa história
me tocou profundamente e me arrancou lágrimas. O final é surpreendente.
7.
Ainda na literatura africana, “O
último voo do flamingo”, de Mia Couto, me marcou pela história e
também pela época em que foi lido. Eu estava no Parque Indígena do Xingu, na
aldeia dos índios Ikpeng, para uma temporada de um mês de convivência. Este era
o meu livro de cabeceira. O livro retrata o processo de paz em Moçambique, anos
depois da guerra civil, e a explosão de soldados da ONU na imaginária vila
Tizangara.
8.
Sabe aqueles livros que de tão bons acabam virando filme? Pois é o que
aconteceu com o livro “O código Da Vinci”,
de Dan Brown, que hoje é um dos mais vendidos do mundo. Crenças à parte,
o destaque deste livro é para dar uma dica importante que aprendi com ele: nada
se compara a ler um livro antes de ver o filme. O mesmo aconteceu com outros
que li e que também inspiraram filmes, como: o Crime do Padre Amaro e Primo
Basílio, mas isso é outra história.
9.
“Ele escolheu os cravos”, do
renomado Max Lucado, foi um presente do meu cunhado, Luciano. Ele me
presenteou com o livro quando entreguei minha vida a Jesus, como meu único e
verdadeiro salvador. Na época, a leitura foi ainda mais prazerosa pelo
entendimento que me trouxe. Eu recomendo!
10.
Outra fase importante da minha vida é a que estou vivendo, a reta final
do meu Mestrado, um sonho que eu achava distante, mas que está se concluindo. É
um período muito intenso de leitura, não tem um só dia que eu não leia alguma
coisa. De todos os livros que li nessa fase, com certeza, “Marcos Históricos da Reforma na Educação”, do Prof. Nigel Brooke,
como o próprio título denuncia, é um marco, leitura indispensável para todos os
educadores interessados em conhecer um pouco mais sobre os processos que
desencadearam as reformas educacionais que mudaram o que entendemos hoje por
educação.
Eu poderia citar muitos outros livros: A ladeira da saudade, de Ganymédes José, Cinco Minutos e Senhora, de José de Alencar, Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector...são
muitos, mas o espaço não seria suficiente. Resta dizer que quem ainda não
experimentou o prazer de ler um bom livro está perdendo a oportunidade de
mergulhar em um mundo de indescritíveis sentimentos. Só lendo mesmo pra saber! Vamos
à leitura!
Samara Macêdo
Diniz
Diretora
Geral da EEFM Padre Luís Filgueiras – Nova Olinda – CE.
Mestranda em
Gestão e Avaliação da Educação Pública pela Universidade Federal de Juiz de
Fora - MG
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