Por
Flávia Nonato
Ler
é permitir-se viajar pelo mundo do desconhecido e voltar com uma
bagagem cheia de sabedoria e de novos conhecimentos. A leitura é
capaz de transformar a vida do ser humano, além de ser o melhor meio
para vencer a ignorância.
Quando
estamos lendo, além de estarmos exercitando a nossa mente estamos
nos apropriando das informações contidas nos livros. Estamos
aprendendo, ainda, a escrever e a falar corretamente. Daí a
importância da leitura em nossas vidas.
Quando
eu era criança e ainda não sabia ler, tinha uma curiosidade imensa
para saber o que tinha escrito nos livros.
Ainda
pequena, via sempre meu pai indo à feira do Crato que acontecia
sempre ás segundas-feiras. Ele me trazia presentes(brinquedos,
roupas, calçados...). Até que um dia, fui surpreendida por ele que
disse ter comprado um presente diferente pra mim. Era mesmo
diferente. Nesse dia ganhei um livrinho pequeno, como chamei naquele
momento. Era na verdade, um cordel. Meu pai disse que se eu
conseguisse ler aquele livrinho, todas as segundas-feiras ele traria
um daqueles pra mim. E assim, o fiz. Foram muitas tentativas até
conseguir ler as minhas primeiras palavras. Minha mãe viu que eu já
estava lendo e ficou feliz com a novidade. No dia que eu consegui ler
aquele cordel minha mãe pediu que eu não saísse da mesa após o
nosso jantar, pois queria que eu fizesse a leitura para todos.
Lembro
com muita saudade daquele momento. Era uma história emocionante! O
cordel contava a história de Judite, a moça que mais sofreu
na Paraíba do Norte! A leitura da triste história da
Judite fazia cair lágrimas dos olhos do meu pai, que naquele momento
parecia estar vivendo aquela cena. Pois falava sobre a seca de 1945,
que assolou o sertão da Paraíba e Pernambuco, matando muita gente
de fome e sede. E narrava a trajetória dos escravos em busca do sal
em Mossoró. Judite, a personagem principal da narrativa foi quem
mais sofreu durante todo período em que o sertão estava sendo
castigado pela seca.
A
cena da leitura de cordéis á mesa, depois do jantar se repetia
sempre. Pois, como meu pai havia prometido, toda segunda-feira
presenteava-me com um, que ele comprava quando ia à feira do Crato.
E a leitura, era a melhor parte. Ele falava sempre que aquele era um
momento de entretenimento depois de um dia de trabalho. Isso marcou
muito minha infância, pois meu pai, apesar de nunca ter ido à
escola, pode dar-me a melhor de todas as lições.
Em
2005, fui aprovada no curso de Letras pela Universidade Regional do
Cariri – URCA. Concluí meu curso em 2009 e hoje sou professora.
Aqui
vai a minha dica de leitura:
Cinco
minutos/A viuvinha - José de Alencar;
Fogo
Morto – José Lins do Rego;
Cante
lá que eu canto cá – Patativa do Assaré;
A
Revolução dos Bichos - George Orwell;
A
águia e a galinha – Leonardo Boff;
Para
compreender Saussure – Castelar de Carvalho;
O
futuro da humanidade – Augusto Cury;
Se
pudesse viver a minha vida novamente – Rubem Alves;
Berro
Novo - Jessier Quirino;
Primo
Basílio – Eça de Queirós.
Boa
viagem!
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