Desde a infância enfrentamos
dilemas. Crianças, adolescentes, adultos ou velhos, todos nós temos que tomar decisões
e fazer escolhas o tempo todo.
A poeta Cecília Meireles
escreveu um poema chamado Ou isto ou
aquilo, em que descreve os dilemas de uma criança diante das inocentes
escolhas de sua vida. O poema é assim:
(...)
Quem sobe nos ares não
fica no chão,
Quem fica no chão não
sobe nos ares.
É uma grande pena que não
se possa
estar ao mesmo tempo em
dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e
não compro o doce,
ou compro o doce e gasto
o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou
isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia
inteiro!
Não sei se brinco, não
sei se estudo,
se saio correndo ou fico
tranquilo.
Mas não consegui entender
ainda
qual é melhor: se é isto
ou aquilo.
Mas o tempo
avança, o filme rola e de repente o jogo é outro. A infância ficou para trás. A
vida muda. E fica bem mais complicada. O poeta Carlos Drummond de Andrade
escreveu um poema sobre a complexidade dos dilemas que a vida nos coloca.
Chama-se Parolagem da vida.
Como a vida muda.
Como a vida é muda.
Como a vida é nula.
Como a vida é nada.
Como a vida é tudo.
Tudo que se perde
mesmo sem ter ganho.
Como a vida é senha
de outra vida nova
que envelhece antes
de romper o novo.
Como a vida é outra
sempre outra, outra
não a que é vivida.
(...)
Como a vida é muda.
Como a vida é nula.
Como a vida é nada.
Como a vida é tudo.
Tudo que se perde
mesmo sem ter ganho.
Como a vida é senha
de outra vida nova
que envelhece antes
de romper o novo.
Como a vida é outra
sempre outra, outra
não a que é vivida.
(...)
Como a vida é isto
misturado àquilo.
(...)
misturado àquilo.
(...)
Como a vida ri
a cada manhã
de seu próprio absurdo
e a cada momento
dá de novo a todos
uma prenda estranha.
Como a vida joga
de paz e de guerra
povoando a terra
de leis e fantasmas.
(...)
a cada manhã
de seu próprio absurdo
e a cada momento
dá de novo a todos
uma prenda estranha.
Como a vida joga
de paz e de guerra
povoando a terra
de leis e fantasmas.
(...)
Como a vida vale
mais que a própria vida
sempre renascida
em flor e formiga
em seixo rolado
peito desolado
coração amante.
E como se salva
a uma só palavra
escrita no sangue
desde o nascimento:
amor, vidamor!
mais que a própria vida
sempre renascida
em flor e formiga
em seixo rolado
peito desolado
coração amante.
E como se salva
a uma só palavra
escrita no sangue
desde o nascimento:
amor, vidamor!
Para o poeta, a
vida pode ser muitas coisas ao mesmo tempo. Coisas contraditórias, até.
E você, qual sua própria visão sobre a vida?
Valor do AMANHÃ na Educação
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