SAMARA MACÊDO DINIZ
A UTILIZAÇÃO DAS TICS NA MELHORIA DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA.
Justificativa:
As escolas de hoje estão “recheadas” de aparatos tecnológicos. Mesmo aquelas em situação mais precária têm acesso a um aparelho de TV e de DVD, pelo menos. Isso nos mostra que, ainda que não venham sendo trabalhadas de forma efetiva, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são uma realidade na escola de hoje. Porém, aexistência, por si só, desses meios no ambiente escolar, não faz a diferença. Gestores e professores devem conhecer a fundo essas novas tecnologias. Conhecer suas especificidades, de modo a compreender como podem ser exploradas em diferentes situações educacionais e o que cada uma pode oferecer para a melhoria da prática pedagógica de determinada disciplina, no caso especifico desse Plano de Ação, da disciplina de Língua Portuguesa.
Desse modo, o presente Plano de Ação Educacional objetivaconstruir uma proposta de reestruturação da prática pedagógicada referida disciplina naEEFM Padre Luis Filgueiras, em Nova Olinda – CE, atravésda conscientização de gestores e professores sobre a inserção dasTICs. Considerando a utilização em massa desses meios pelos nossos alunos, a realização das ações do presente Plano irá contribuir diretamente para que estes desenvolvam, de forma eficiente e contextualizada, as habilidades de leitura, escrita e interpretação de textos.
Objetivos:
§ Promover a criação de um ambiente de apropriação das Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs) por parte dosdocentes da disciplina de Língua Portuguesa e alunos, da EEFM Padre Luis Filgueiras.
§ Coordenar e desenvolver ações que visem a melhoria do processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Língua Portuguesa da EEFM Padre Luis Filgueiras, através da utilização das TICs na prática pedagógica dos professores da referida disciplina.
Referencial Teórico:
Historicamente, as principais habilidades adquiridas na escola referem-se à leitura (que abrange a capacidade de análise e de interpretação de textos), à escrita (que vai até a produção de textos mais complexos) e ao cálculo (que engloba as ciências matemáticas mais elaboradas). É por meio do giz, do velho quadro negro, e do uso excessivo do livro didático que as crianças e os jovens continuam sendo alfabetizados nos centros de educação. E é devido a essa cultura de ensino-aprendizagem da competência comunicativa, que a escola resiste às TICs.
TIC é a abreviação do termo “Tecnologia da Informação e da Comunicação”. São várias as definições existentes em livros, Internet, revistas, textos, etc. Alexandre Mendes define este termo como:
um conjunto de recursos tecnológicos que, se estiverem integrados entre si, pode proporcionar a automação e/ou comunicação de vários tipos de processos existentes nos negócios, no ensino e na pesquisa científica, na área bancária e financeira(MENDES, 2008, p.1).
Ainda é pequena a porcentagem dos lares brasileiros que possuem internet em relação a uma maioria esmagadora que dispõemde televisores. Entretanto, não podemos desprezar o crescente número de ilhas digitais, cybers e laboratórios de informática, onde nossos jovens e crianças podem ter acesso a esse meio. O fato é que essa nova realidade vem impondo mudanças em diversas áreas, inclusivena educação, que tambémdeve se enquadrar nessas mudanças que propõem inovação e criatividade.
A escola pode e precisa estabelecer pontes com tais tecnologias, utilizando-as como motivação do conteúdo de ensino, como ponto de partida mais dinâmico e interessante diante de um novo assunto a ser estudado. Para Brandão (2010):
Em uma sociedade em que produzir e consumir informações e bens culturais depende, em grande medida, do acesso e da proficiência em tecnologias da informação e da comunicação em suas diversas facetas, é natural, e mesmo desejável, que os sistemas educativos operem também uma revisão de paradigmas, pressupostos e procedimentos (BRANDÃO, 2010, p.1).
Surge a seguinte questão: como fazer a adequação entre as novas tecnologias que chegam às nossas escolas coma velha prática pedagógica, sem parecer que estamos “vestindo uma roupa nova em um velho”? A comparação pode não parecer viável, mas o fato é que utilizar essas tecnologias não deve se limitar apenas a usar por usar os computadores, ou as outras mídias disponíveis na escola. Miranda (2007) considera que:
A estratégia de acrescentar tecnologias às atividades já existentes na escola e nas salas de aulas, sem nada alterar nas práticas habituais de ensinar, não produz bons resultados na aprendizagem dos estudantes (MIRANDA, 2007: p.44)
Portanto é preciso que exista uma mudança de conceitos e postura diante dessa nova realidade. A escola precisa amparar, motivar e ajudar os professores. Estes, por sua vez precisam inovar, sem medo de erra e encarar o fato de que isso exigirá deles uma formação a mais, um letramento digital significativo, porque nossos alunos fazem parte de uma geração multimídia, e, portanto, são contemporâneos dessas tecnologias. Quando os professores tiverem, com o computador,a intimidade que hoje têm com o livro, descobrirão ou investigarão maneiras de inseri-lo em suas rotinas de sala de aula (MARINHO & REPSOLD, 2009).
Metas e Ações:
META | AÇÕES | ||
Melhorar o processo de ensino aprendizagem da disciplina de Língua Portuguesa através da utilização das TICs. | 1. Promover ações formadoras sobre a utilização das TICs para os professores de Língua Portuguesa e alunos com profissionais especializados; | ||
2. Estabelecer parceria com a Rede de Blogs para a criação de um blog específico da disciplina de Língua Portuguesa para interação entre alunos e professores; | |||
3. Estabelecer parceria com o Laboratório de Comunicação da Fundação Casa Grande, para a produção de um vídeo mensal, otimizando as produções audiovisuais já existentes na escola, promovendo o envolvimento de um número maior de alunos. | |||
Considerações Finais:
As ações propostas no presente Plano de Ação Educacional devem impulsionar a articulação entre TICs e Educação na disciplina de Língua Portuguesa. Essa relação ainda é conflituosa, na medida em que os professores desconhecem esses meios ou, simplesmente, não sabem como articulá-los a sua prática pedagógica. Pretende-se, com tal articulação, melhorar o processo de ensino-aprendizagem da referida disciplina, tornando as aulas mais dinâmicas e mais proveitosas.
O envolvimento da equipe gestora, professores de Língua Portuguesa, professores do Laboratório Escolar de Informática - LEI e alunos é extremamente necessário para se alcançar o objetivo proposto.
A falta de conhecimento sobre as TICs e sua utilização na escola como instrumento de dinamização da prática pedagógica da disciplina de Língua Portuguesa é um fator que pode dificultar a implantação do PAE, pois, na maioria das vezes em que os professores se dispõem a utilizar os recursos tecnológicos, ainda dão a eles um papel secundário, não explorando adequadamente as linguagens da mídia. Outro fator restritivo é o currículo escolar. Para os professores, é uma maratona tentar encaixar mídias, lúdico, e projetos dentro do currículo, que também deve ser cumprido. Para evitar esse problema, há que se planejar formas de cumprir o currículo da disciplina de Língua Portuguesa atrelado às ações do presente Plano.
É imprescindível que a avaliação ocorra a partir do primeiro semestre de implantação do PAE, para que, nesse período, ocorra a avaliação da meta e seu redimensionamento, caso seja necessário. A equipe gestora deverá ficar atenta a todos os registros e observações das ações realizadas a cada trimestre, através das atas e cadernos de campo, além dorelatório final do ano letivo. Como já fora abordado no item 4 desse Plano, a elaboração dos relatórios deverá contar com a participação de representantes de todos os segmentos envolvidos nas ações (equipe gestora, professores de Língua Portuguesa e alunos). As atas e relatórios deverão conter sugestões para novas ações que possam complementar e ampliar as previstas no PAE.
A obediência a esses aspectos fará com que o presente Plano de Ação Educacional chegue ao seu propósito que é, através da utilização das TICs na prática pedagógica da disciplina de Língua Portuguesa, oferecer aos nossos alunos a possibilidade de desenvolver competências relacionadas ao aprendizado dessa disciplina. Pretende-se também que sejam desenvolvidas competências relacionadas à apropriação consciente dos meios tecnológicos e ao uso dos mesmos para promover valores de verdade e justiça, num momento em que os referenciais de acesso à informação passam a ser, cada vez mais, as mídias eletrônicas. Isso é mais do que uma atividade pedagógica, é uma obrigação de toda e qualquer proposta educacional interessada em formar, em vez de consumidores, verdadeiros cidadãos, que saibam usar as linguagens de hoje para construir uma nova sociedade.
Referências:
MARINHO, Vanessa e REPSOLD, Mônica. As Tecnologias Educacionais no Cotidiano Escolar: Desafios para o Educador. In CANEN, Ana; SANTOS, Angela Rocha dos. Educação Multicultural: Teoria e Prática para Professores e Gestores em Educação. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2009, Cap. V, p. 83-104.
MENDES, Alexandre. TIC – Tem muita gente comentando, mas você sabe o que é? Disponível em: <http://imasters.com.br/artigo/8278> Acesso em: 20 dez. 2010.
MIRANDA, Guilhermina Lobato. Limites e Possibilidades das TIC na educação. Revista de Ciências da Educação. Nº 3. p. 41-50. mai/ago. 2007.
BRANDÃO, Marise Martins. A importância das TICs na educação. Pisa: Revista.com. Entrevista concedida a Marcus Tavares. Disponível em: <http://www.revistapontocom.org.br/conversa-com/a-importancia-das-tics-na-educacao> Acesso em: 27 mai. 2010.
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